sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A GALINHA


A Galinha

Com biquíni de bolinha
nem parece uma galinha!
Pegar um bronze,
sol até as onze
depois descansar na sombrinha.





sábado, 20 de agosto de 2016

O PERNILONGO


O Pernilongo

Que inseto abobado não sabe quem é
mochila nas costas vai embora a pé!
Mosquito mondrongo,
infeliz  pernilongo
só anda descalço e não cria chulé


ilustração: Guto Sposito



sábado, 30 de julho de 2016

O CAMALEÃO LINGUARUDO

O Camaleão Linguarudo

Tufico tem uma fome de outro mundo
mas é preguiçoso, um verdadeiro vagabundo!
Não gosta de trabalhar
passa o dia mudando de cor
 debaixo das folhas fugindo do calor.

Quando comida quer pegar
joga a língua pra fora
pra laçar o seu almoço
causando com isso o  maior alvoroço.

Pra não virar comida é preciso fugir,
é borboleta batendo asas 
e vaga-lume com lanterna apagada,
mas Tufico não vai desistir.

A fome aperta e ronca a barriga
torcendo e virando fazendo cantiga.
Um gordo besouro não percebe o perigo
quando vê, está no laço
 e zás! Vira bagaço.

Lá vem outro! 
Aponta o laço e manda  na esticada.
Não é besouro não, é
abelha armada com ferrão.

Lá vai ferroada!!
E com a língua toda inchada,
ele grita:
Comer abelha nunca mais não!!





quarta-feira, 13 de julho de 2016

A COBRA-CEGA

A COBRA-CEGA

Cecília é uma 'cobrinha-cega'
que na verdade não é uma cobra.
Ela é da família dos Anfíbios Ápodes
que não possuem nem pernas ou braços.

A cobra-cega vive na terra úmida e
muitos a  chamam de minhocuçu
 Cecília fica louca de raiva
porque minhoca é invertebrado
e não possui esqueleto
só é corpo anelado.

A Cécília bota muitos ovos
e os filhotinhos logo vão nascer
ela cuida de todos
dando a eles, a sua pele pra comer.

Cobra-Cega não é cobra e
 nem lagarto
aqui se desfaz a confusão,
a Cecília fica doida
quando chamam de minhocão
treme toda e se enfia pelo chão.

Lá no fundo,
na terra úmida
na maior escuridão
a cobra-cega vive feliz
evitando a falação.

E você, conhece a Cobra-Cega?




para  meu sobrinho neto Heitor Ribeiro Galleazzi





segunda-feira, 11 de julho de 2016

A Princesa e o Menestrel


A Princesa e o Menestrel

Bem longe daqui, existe um Reino Encantado e nesse reino uma Princesa que era amiga de todos os animais e habitantes da floresta. Todos os dias, ela sentava-se à beira do lago, cantava com os passarinhos até o por do sol. Um dia, o filho do Bruxo estava caçando e ouviu a cantoria e as risadas. Se aproximou em silencio e encontrou a Princesa e seus amigos gnomos e os animais da florestas. Ele se apaixonou por ela e para conquistar o amor da Princesa, resolveu fazer um banquete. Matou muitos coelhos e pássaros, colheu muitas flores, enfeitou o castelo e mandou  seu escravo levar o convite. Seria um banquete com musica e festa. Quando ela chegou ao castelo do Bruxo, viu sobre a mesa, os coelhos e os pássaros - estavam mortos! E as flores que nascem nas margens do lago, estavam em jarros enfeitando a mesa. A Princesa ficou triste e foi embora correndo. Cansada, sentou-se à beira do caminho -, e ao longe ouviu um Menestrel, vinha montado em seu cavalo tocando alaúde cantando uma bela canção. Quando chegou perto, o menestrel  viu a menina, desceu do cavalo e foi conversar com ela. Quando os dois se olharam, algo aconteceu - se apaixonaram! E tudo era alegria no Reino Encantado. A Princesa estava feliz e cada dia mais apaixonada pelo Menestrel. Então o filho do Bruxo, ficou irado, pediu ao pai que fizesse um feitiço que não a deixasse ver o Menestrel e assim ela deixaria de amar. O Bruxo, atendeu o desejo do filho e lançou o feitiço para que que a menina não pudesse mais sair do castelo. Todas vezes que ela tentava sair, nas portas e janelas surgiam grades de ferro. Nada e nem ninguém no Reino Encantado de Todas as Cosas conseguia quebrar a maldição e a Princesa ficou presa por muitos e muitos anos e sem poder sair, ela ouvia o Menestrel tocando e cantando o seu amor por ela. Um dia, um passarinho pousou na janela, trazendo no bico uma semente, colocou na mão da Princesa e voou. A  semente foi plantada num pequeno vaso e no dia seguinte, uma pequena árvore , tinha surgido no vaso. A menina chamou os sábios do reino para saber que árvore era aquela e depois de muitos estudos, revelaram o mistério: É o Fruto da Imaginação! -, disseram os sábios, ele pode te levar aonde o seu coração quiser, basta desejar. E a Princesa não pensou duas vezes, pegou o fruto e comeu. Imediatamente estava fora do castelo e pode correr para os braços do seu amor...E viveram felizes para sempre!


ps: Se o final não for... "E foram felizes para sempre" a história não tem graça, não é?! rsrsrsrs




domingo, 29 de maio de 2016

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO


Presente de Aniversário

Maluzinha vestiu o seu vestido novo, arrumou os cabelos com laços de fita, calçou meias e sapatos novos-, e foi à festa de aniversário do Nitolino!
Levou vários presentes dentro de uma caixa enorme amarrada com laço de fita. Maluzinha comprou, Soldadinhos de chumbo, índios do Forte Apache, um Pião, um Quebra-cabeça, um jogo de Dominó, Bolinhas de Gude, um jogo de Cinco Marias, um Manual do Escoteiro Mirim e um livro Heróis, Deuses e Monstros da Mitologia Grega. Nitolino  estava muito feliz usando um chapeuzinho de listras azuis e brancas, igual a camiseta novinha. Todos os amigos estavam presentes, teve muitas brincadeiras e cantoria. Todos cantaram Parabéns à Você, enquanto Nitolino abria os presentes. Ao termino da festa, Maluzinha deu um beijo e desejou toda felicidade do mundo para Nitolino!


 E mais um ano de Vida, começa agora! 



desenho: LL



quarta-feira, 4 de maio de 2016

A MENINA BORBOLETA



Era uma vez... 
É assim que começam todas as historias!


A Menina Borboleta


Num reino distante, vivia uma Menina Borboleta. Ela passava o dia com seus amigos, Gnomos, as Fadas e os animais da Floresta Encantada. O pai da Menina Borboleta era o Acendedor de Estrelas e a mãe, era a  Fadas das Flores. Todas as manhãs a Menina Borboleta olhava pela janela do seu quarto a sua mãe acordar o jardim encantado, despejando uma gota do perfume mágico em cada flor adormecida. E quando a noite chegava silenciosa, ela ajudava o Acendedor de Estrelas trazendo o Fogo Mágico que acendia todas as estrelas do céu e tudo era Luz no Reino Encantado. Todos viviam felizes porque o Relógio do Tempo, não tinha ponteiros e ficava sentado no alto da Torre de Um Olho Só. E por não ter ponteiros, ele nunca sabia das horas e nem se ontem era hoje ou se hoje já é amanhã. Mas um dia, quando a Menina acordou, não sentiu o perfume e nem viu as flores -, todas ainda dormiam fechadas em suas pétalas. Então ela procurou a sua mãe, a Fada das Flores mas não a encontrou. E o dia foi triste e sem flores. Quando a noite veio se arrastando silenciosamente, a menina chamou pelo seu pai, o Acendedor de Estrelas, mas ele também não estava e a noite foi escura e triste sem a luz das estrelas. A menina ficou sozinha -, e na manhã seguinte ela procurou os seus pais, e não os encontrou. Eles foram  levados pelo Mago das Trevas que desejava  a Pedra Talismã, que guarda em seu interior, o Fogo Mágico que acende as estrelas. Porém, o Mago das Trevas não sabia que somente a Menina Borboleta pode tirar o Fogo Mágico de dentro da Pedra Talismã e entregá-lo ao Acendedor de Estrelas. Quando o Mago das Trevas tocou a Pedra Talismã, ela ficou muito quente queimando as suas mãos , e ele ficou com muito ódio e  levou  a Fadas das Flores e o Acendedor de Estrelas e os prendeu para sempre numa masmorra no Castelo da Noite Eterna. A Menina Borboleta voou pelo Reino Encantado procurando os seus pais e ficando cansada, sentou-se à beira de um lago colocando os pés na água fresca e foi nessa hora que ela viu o reflexo do Sol beijando seus pés e se apaixonou perdidamente. E todas as tardes, depois de muito voar procurando pelos pais, a Menina voava até o lago para ver o seu amor - o Sol! E foi assim, durante muitos e muitos anos e a Menina Borboleta era triste durante a noite e feliz durante o dia, porque o Sol era o seu amor. Mas o Mago das Trevas, queria que a menina  revelasse o segredo da Pedra Talismã, então, ele tremeu a Terra até que o fundo do lago se partiu e toda água desapareceu. Quando a Menina, chegou ao lago, não encontrou mais o seu amor e ela ficou triste e chorou. Cada lágrima que caia no fundo do lago seco, refletia por um instante, o Sol e a Menina ficava alegre e parava de chorar e o reflexo do Sol desaparecia. A Menina Borboleta não entedia o que estava acontecendo e foi ficando triste e cada dia mais triste e  não mais sorria ou brincava com seus amigos gnomos, nem as fadas ou mesmo com os animais da Floresta Encantada. Um dia, ela voou e voou  e voou cada vez mais alto, até chegar na Lua. Sentou-se e chorou de tristeza e cada lágrima que caia, acendia uma estrela, mas não acendia o Sol. Mas a Rainha da Fadas vendo a tristeza da Menina Borboleta resolveu ajudar e ordenou que as fadinhas levassem o Príncipe Olhos de Sol até a lua para conversar com a Menina Borboleta. Quando o príncipe chegou, vestindo sua capa bordada de ouro e pedras ela não se impressionou, mas quando ele sorriu e os seus olhos brilharam então ela soube que era o seu amor que voltou em forma de gente. O Mago das Trevas ficou sem poderes e os pais da  menina voltaram para casa. Tudo ficou muito mais feliz na Floresta Encantada onde finalmente o Amor foi morar.



para minha sobrinha Jessica Dreyer Ribeiro




domingo, 24 de abril de 2016

O RABO DO BOI



O Rabo do Boi

Bernardinho vivia numa grande fazenda. Todas as manhãs, a mãe de Bernardinho o levava pra passear perto do rio onde a grama era verdinha e suculenta.  _ Acorda filhote, já está na hora de pastar a grama verdinha lá perto do rio. E o bezerro acordava e num pulo já estava em pé. _ Oba! Vambora, mamãe, hoje eu acordei com uma fome de leão! Vou comer tudo pra crescer e ficar fortão. Os dois riam muito e seguiam pelo pasto em direção ao rio. Bernardinho ia chamando os amigos: o pato, o ganso, o marreco, o cabrito e todos juntos na maior algazarra cantavam : Eu vou! Eu vou! Pro rio agora eu vou! Eu vou! Eu vou! E de brincadeira em brincadeira Bernardinho foi crescendo e ficando fortão como queria. Era orgulho da mamãe e do papai. 
Numa manhã de muito calor, Bernardinho foi levado por dois homens para fazer parte da Farra do Boi. Ele foi maltratado, ferido, humilhado e teve o rabo cortado num golpe de facão. Depois de tudo acabado, Bernardinho foi levado de volta pra fazenda,  e quando todos viram o rabo cortado, riam muito, chamando de  "cotoco". E sem a "vassourinha" da ponta do rabo, ele não podia espantar as muriçocas que o picavam sem dó. Bernardinho foi ficando cada dia mais triste e solitário, vivia escondido, com vergonha dos amigos. Um dia, na beira do rio, a garça sentiu muita pena de Bernardinho e olhando o "cotoco" de rabo, teve uma ideia! _ Ei, Bernardinho, vou dar um jeito no seu rabo!Me encontre aqui amanha e levantou voo sumindo no céu. No outro dia Bernardinho foi até o rio e a garça pousou, trazendo no bico, um espanador! _ Pronto, meu amigo, vamos resolver o seu problema!-, e chamaram Juju, a aranha tricoteira pra amarrar o espanador no cotoco do rabo de Bernardinho.
Juju, fez um laço e dois nós, amarrou direitinho pra não cair. E Bernardinho ficou feliz, abanado o rabo pra lá e pra cá espantando as moscas e todos viveram felizes na fazenda.




sexta-feira, 22 de abril de 2016

O SAPATO DA BARATA


O Sapato da Barata

Tudo é motivo de festa na casa de Liloka, a barata mais vaidosa que mora no Beco da Assombração. Quando ela encontra um biscoito e um restinho de suco num copo ou canudo, todo mundo já sabe que o som vai rolar -, ela adora um pretexto pra mostrar os sapatos que acabou de comprar. Depois daquela história que barata tem o pé peludo, Liloka ficou viciada em sapatos -, compra todos que vê. Todos os dias ela passa na loja do Zé Centopeia, o sapateiro do beco e encomenda sapatos novos de salto bem alto - já comprou mais de mil - tem verde, amarelo, roxo, vermelho, azul, xadrez e cor de anil. Tem sapato de seda, de couro, de lã, filó e asas de besouro -, tudo feito sob medida pra não apertar seus pézinhos na hora de dançar o Cancan. Liloka é vedete, tem cinturinha de pilão, capricha na tatuagem de meia arrastão, batom e cílios postiços - make fashion! O cabelo é cor da moda e com um corte chanel. Quando anoitece, a barata se apronta e pra festa ela vai rebolando - passa dengosa e deixa o Besouro Verde de olhos vidrados, o Baratão do Mato de queixo caído e o Tatu Bola, logo assovia um tremendo fiu fiiiiuu. Todos apaixonados  e ela nem ai -, só quer saber de dançar e mostrar os sapatos, ela pensa que está no Bal Mabille ou no Moulin Rouge em Paris, mas o que importa é dançar, então paguem pra ver! Ô barata danada, essa tal de Liloka, é a sensação lá no Beco da Assombração!




para minha sobrinha Jaqueline Dreyer Ribeiro


terça-feira, 12 de abril de 2016

O PICA PAU



Bilico é um pica pau rei
muito invocado,
nervosinho que só.

Não leva desaforo pra casa
arrepia o topete
e faz voar pó!

Um dia, Bilico acordou surtadão.
Brigou com a jibóia
o quati e o camaleão.
Pirou o cabeção!

Bilico voou pra lá e pra cá
bicou árvore, bambu
coqueiro e até pneu de caminhão.

Desembestado
voou pra cidade
Pousou num parque
não pensou nada não,
mas logo achou companhia;
um macaco fujão.

Danou falação
e o pica pau vermelhão
pulava da árvore pro chão
bicando a sombra
e assombração.

Mas não foi nada não!
Macaco foi embora
com o rabo na mão.

Bilico ficou sozinho
olhando a multidão
feliz tal qual um gato ladrão.

Bicou aqui e ali
encontrou minhocas no chão
mas a fome era tanta
e Bilico errou na visão
bicou um chiclete mascado
se ferrou de montão.

O chiclete grudado no bico
mudo ficou 
e voou sem noção
em busca de salvação!

Na floresta de volta
encontrou Corujão
 -Nhunhgt! Nhijhyt!
tentou palavrão
até que o amigo arregalou
um olhão!!
Bilico, que aconteceu?!
- Nhunfjht! Nhunth!!

Ninguém entendeu nada não!
 Chamaram Doutor Raposão
que encontrou a solução:
- Tem que bicar um ramo de salsão
na horta do Hortelão!

-Grtrertrt!!... #@!!Hugth!!!
 Fuuuu...Fuuuu...

Quando o pica pau tentou falar
o chiclete fez um bolão
e Bilico virou atração.

Pica pau balão!
Pica pau Balão!
Foi só zoação!!!

Fuuuuu...
Fuuuu....
Fuuuuuuuuuu... Póóóu!
Estourou o bolão
Bilico todo lambuzado
caiu de costas no chão!!




imagem: O Pica Pau
Aquarela sobre papel Canson
Luciah  Lopez
Referência fotográfica : @passarinhos_Brasil


 

terça-feira, 29 de março de 2016

O CASAMENTO DA ONÇA PINTADA





O Casamento da Onça Pintada

Maluzinha é uma menina muito espoleta e curiosa. Gosta muito de andar pelas trilhas de uma floresta perto da sua casa e sempre leva nos bolsos um punhado de milho e um pedaço de pão, para dar de comer aos passarinhos e pequenos animais que encontra pelo caminho. Numa tarde de verão, ela resolveu conhecer outras caminhos e entrou pela floresta olhando tudo ao redor. Logo,  encontrou dona Preá e seu marido, também o Professor Corujão e Mamãe Ouriço com seus dois filhotes - Tico e Lica, que iam apressados pela trilha. Mamãe Ouriço, chamando os pequenos: _Vamos crianças, não saiam da trilha!, e os dois ouricinhos correram assustados quando viram a garota - pensaram ser um gigante! 
_ Aaai! Mamãe, tem um monstro perseguindo a gente!  Maluzinha, levou um susto e pensou: " Eita! Eu não acredito, eles falam! e sorrindo falou: _ Esperem! Eu não sou um monstro, eu sou uma menina. Esperem, eu quero brincar com vocês.
A Mamãe Ouriço, parou e, levantando os olhos deu uma boa olhada na menina, chamando dona Preá, pediu a ela, que fizesse uma analise da visitante. A menina era tão grande e tão magra que parecia um bambu, não fosse o vestido rodado e o laço de fita nos cabelos. Dona Preá, chegou bem perto e deu uma boa cheirada, andou em volta da menina, rodou e voltou e cheirou novamente e com ar confiante, falou: _ Sem problemas, ela não tem cheiro de inhaca! Ela é do bem, podemos confiar!, - Maluzinha, ainda sem acreditar no que estava ouvindo, perguntou: _ Como é que vocês estão falando, se bicho não fala?!"
O Professor Corujão prontamente respondeu: Quem foi que te disse que os bichos não falam?! Aqui na floresta todos os bichos falam. E um ser humano, pra poder conversar com os com os animais, tem que ter o coração puro e como a dona Preá farejou você  e não sentiu cheiro de inhaca, que é o cheiro de gente ruim, isso quer dizer que o seu coração é cheio de amor e enquanto for assim, você poderá   falar e entender a língua dos bichos.
_Ah, tá! Então eu vou falar e ouvir pra sempre porque eu amo os animais e sei o quanto são importantes e não devemos fazer mal a eles nem destruir a floresta onde moram.  E falando isso, saiu em disparada pra perto de  Tico e Lica que ficaram alegres em ter uma nova amiga e a  convidaram para ir à festa na floresta. Ela topou na hora e  caminharam mais um pouco até uma clareira  onde os animais da floresta estavam reunidos. Era a festa de casamento da Onça Pintada, vestida de noiva com véu e grinalda, na mão um buquê de lírio do brejo, o noivo é o Topeira, vestido de fraque e usando cartola e uma pérola na gola. De padrinhos; a Tartaruga e o Cágado, o Sapo Boi e a Rã. E o padre, pasmem - era o Camaleão, vestido de batina e abençoava os noivos com a mão.
A música era por conta das  Libélulas e os Sapos Cantores e todos dançavam - o Quati com a Perereca, o Gambá com a Raposa, o Jabuti sentado num tronco e de olhos fechados, parecia dormir. O Coelho estava apaixonado pela Lebre e jogava beijos o tempo todo. A Joaninha e o Grilo conversavam animados, o Pirilampo piscava a cada risada,  e a cobra Coral usava cílios postiços e batom. O Jacaré estava de bengala, coitado, quebrou o pé! A Barata com seu sapato de veludo, dava dicas de beleza e a Cigarra com seu vestido de festa, conversava com a Mariposa, enquanto o Pardal cuidava dos filhotes que ainda não sabiam voar.
Dona Jaguatirica trouxe o bolo da noiva - feito de milho bem amarelinho e cheiroso. Dona Garça não deixou por menos, trouxe os 'noivinhos pra por sobre o bolo! E o Urutau fez biscoitos de dar água na boca. A mesa forrada com toalha de chita, era farta, tinha bombocado, quindim, maria-mole, jujubas, brigadeiros, manjar e tapioca. Muito suco, frutas e cenouras pra alegria dos pequenos coelhos. Maluzinha se desculpou, pois não trouxe um presente, tinha em seu bolso, um punhado de milho e um pedaço de pão. O professor Corujão, se alegrou - ele adora milho e pão! Os animais da floresta estavam na festa e eram amigos. Risos e brincadeiras, muita dança e comilança, mas antes do anoitecer, Professor Corujão assobiou e chamando atenção: _ Pessoal, está na hora de voltar para casa. Todos se despediram e estavam felizes com a nova amiguinha e que ganhou muitas flores e levou pra sua mãe, mas guardou o segredo da grande Festa na Floresta e também nada falou sobre seus novos amigos nem sobre o casamento: _ Melhor não contar, ninguém vai acreditar! E a menina dormiu feliz e sonhou com amigos e novas aventuras na floresta. Bem, mas isto é uma outra história.


quarta-feira, 16 de março de 2016

O PARDAL

O PARDAL

Pepito é um bebê
um filhote de pardal

Acorda cedo
antes do sol raiar

Ele está aprendendo 
 voar e cantar

Sempre atento
cuida de tudo com o olhar

Ele tem medo do gato
que está sempre a espreitar

Pepito, ainda bebê
não tem as manhãs de voar

Ele pousa no varal
nos galhos e no bambuzal

E quando sente fome
Pepito come
sementes, frutos e insetos

De barriga cheia
é hora de dormir

Numa cama segura
num galho bem alto
Pepito adormece e sonha

Até que o Sol
de novo apareça
pra ele voar e cantar.


foto: Armindo Alves